28/01/2013

Poderíamos Casar II

Ontem eu li uma poesia que, sem querer, a continuei. Após pesquisar, encontrei o autor: Caio Fernando Abreu.
Segue abaixo a poesia, com seus devidos créditos, e na sequência a minha.

Poderíamos casar, teríamos um apartamento, tomaríamos café as cinco da tarde, discordaríamos quanto a cor das cortinas, não arrumaríamos a cama diariamente, a geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias, adiaríamos o despertador umas trinta vezes, sentaríamos na sala de pijama e pantufas, sairíamos pra jantar em dia de chuva e chegaríamos encharcados, nos beijaríamos no meio de alguma frase, você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia, saberíamos.

Caio Fernando Abreu


Poderíamos Casar II

E assistiríamos tv na cama, no domingo a noite, comendo pipoca e tomando guaraná com gelo. Antes de dormir, falaríamos sobre o nome dos nossos filhos e o que eles puxariam de um ou de outro. No inverno, deitaríamos de conxinha, cobertos com edredom, você colocaria seus pés gelados para esquentar entre minhas panturrilhas e eu a abraçaria e me aconchegaria para dormir sentindo o cheiro do seu cabelo. Comeríamos um lanche no shopping, você roubaria batatas fritas e eu tomaria um gole do seu milk shake para me vingar. Você me contaria sobre o seu dia de trabalho e eu a observaria e admiraria aquele momento. Você terminaria de falar e sorriria levemente, iniciando um silêncio. Eternizaríamos aquele momento.

Roberto Casimiro
28/01/13 - 07h20m

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